Debaixo da sombra do meu pesar
Meu pesar deixa meu corpo curvo
Meu andar se torna fatigante
Se torna solitário andar
Me torna mais um pobre coitado
Ao meu redor o povo é o mesmo povo de sempre
Casas são as casas de sempre
E os bueiros os mesmos também
Os caminhos levam aos mesmos cantos
Mesmos cantos de sempre
Nesses redemoinhos de vento eu paro
Levanto minha cabeça e meu olhar vem junto
E o horizonte é o mesmo de sempre
E as palavras ditas como antes
Ouvidas ou não como sempre foram
Mas consigo um instante dessa luz pra mim
E à luz desse Sol eu vejo além
Se faz uma nova paisagem à minhas vistas
É quando todo o preto e branco se colore
Mudando o que antes eu chamava monótono
Apenas pela muda do jeito de olhar
Apenas pela leveza de um momento
Apenas pelo vento que soprou no meu pé de ouvido
E pelo monólogo que dialogou na minha cabeça
Por isso tudo eu mudei e vi
E se torna largo o caminho em frente
Claro o calçamento de pedras polidas e coloridas
Viva a flor à beira da calçada
Afastada dos pés humanos que lhe assombra
E das lagartas de fogo que lhe queimam
A consciência agora é limpa
E o olhar objetivo
Objetiva a nova oratória
Concisas as idéias
Coerentes as ações
Tudo só por causa do novo jeito de amar
Por descobrir onde se limita a vida
E a descoberta de que esse limite não encerra
É uma porta a ser transposta
Com uma chave que ainda não lhe cabe no bolso
O sol brilha e brilhará
A luz da lua também
Na luminária da minha cabeceira mando eu
E na clarabóia e na janela que são minhas
Solar
16 janeiro 2008
12 janeiro 2008
Depois de tudo
A mãe de jorge morreu
A tia dele foi também
Jorge agora está sozinho
Num velho casarão onde não mora ninguém
Helinho foi embora
Joana casou e teve três
O cachorro foi roubado por alguém
E ele não quer largar tudo de vez
Tudo que restou foi um costume
Acordar todo dia e ir para a janela
Num mesmo cômodo onde sua vida toda se ajunta
E ainda com frio diz que a vida é justa e bela
Eu fiquei ouvindo Jorge falar
Ouvi suas súplicas que eu não podia atender
Jorge chorou
Se angustiou
Suspirou e olhou
Eu disse "calma" ele disse:
"Ô! Ai ai..."
A tia dele foi também
Jorge agora está sozinho
Num velho casarão onde não mora ninguém
Helinho foi embora
Joana casou e teve três
O cachorro foi roubado por alguém
E ele não quer largar tudo de vez
Tudo que restou foi um costume
Acordar todo dia e ir para a janela
Num mesmo cômodo onde sua vida toda se ajunta
E ainda com frio diz que a vida é justa e bela
Eu fiquei ouvindo Jorge falar
Ouvi suas súplicas que eu não podia atender
Jorge chorou
Se angustiou
Suspirou e olhou
Eu disse "calma" ele disse:
"Ô! Ai ai..."
Assinar:
Postagens (Atom)