27 maio 2014

Sem título 2005.1

Ainda que me faltem as palavras
Para falar do meu sentimento antigo
Me terá o próprio sentimento
E não precisarei dizer o que sinto

Por mais que tente precisar meus lamentos
Os signos não o conseguiriam fazê-lo
Cuido para manter minhas alegrias
Minhas virtudes não falo, tenho zelo

Isso que de mim se externa
Não é uma gota que valha
Nesse mar de pensamentos
Que só a chuva apaga

E uma borracha de verdades
Ajuda a podar minha fantasia
Que um lápis solta sem jeito

Cheio de emoções e monotonia

Nós

Meus pequenos,
meus pequenos

Somos nós

Desatemo-nos

Somos laços

Abracemo-nos

Semeadura

Quem começou essa viagem?
Quem será que deu start
E iniciou o giro da engrenagem?

A natureza é morta para alguns olhos
Mas o vento sopra
A terra gira
E as flores nascem

Podem parar tudo e começar de novo
Não do princípio
Mas de onde se perdeu a trilha da semeadura
Basta o brilho de qualquer luz do alto
O olhar à qualquer clichê amado

Lança os pensamentos ao chão
E arremessa sementes ao vento
A terra gira
E as flores crescem

As noites podem ser escuras
As ambições por vezes turvas
Os desejos pálidos ou insanos

Façam silêncio
Respirem

Os dias ainda são quentes
A brisa morna

A terra gira
E as flores... ah... as flores