27 janeiro 2006

Ao foyer

Hoje não são minhas as minhas palavras
Epero com grande ansiedade na porta do teatro
Não sei o que o espetáculo me reserva
Não sei se me sentirei só na penumbra da platéia

Penso no que espero ver em cima do palco
Imagino minha expressão diante dos monólogos
Me vejo triste numa cadeira lateral
Perto da porta pro caso de querer ir embora

Rôo as unhas, pego pastilhas no bolso e as uso
Mastigo a ponta do lápis que escrevo nessa página
Mas mudo meus pensamentos vendo que não estou só
O sarau atrasa e vejo um cara batendo o pé em frente ao foyer

12 janeiro 2006

O instante da queda

Tentei ir onde sempre quis
Mas não soube preparar meu salto
Assim meus pés não tocaram o outro lado
E o outro lado não pôde me alcançar

O jeito é começar de novo
Mas não será o mesmo primeiro passo
A métrica muda a cada tempo contado
E o menor erro destrói meu fraseado


{Peço desculpas ao leitor... estava escrevendo quando algo ruim passou. Peço desculpas a mim mesmo por ter deixado algo interromper-me.}

05 janeiro 2006

Esquecimentos...

Ah lembrei...

Nada que tinha pensado antes vale mais
O momento passou

E agora você acha que me lê nesse falso papel
Não sabe de nada moça... de nada...

Passou e eu não vi
E a moça não viu
e nem a cidade viu nada

E ninguém percebeu também que eu só queria pular
Sentir o vento no rosto, a água no corpo e o sal do mar

Mas todo mundo ficou pensando que eu ia me suicidar
Tadinhos! Ficam chocados com a mancha preta na areia...

bobos...

(depois pulo de novo)