03 setembro 2009

O paradoxo da espera do ônibus

Hoje estive envolvido numa situação complexa, mas de trivial aparecimento na mente da grande massa brasileira. Uma sensação desconfortável. Algo incomodando e que nos deixa incertos quanto às decisões a serem tomadas. Que me sufoca por uma certa impotência e que me mostra que só eu tenho poder pra mudar o rumo desse curta metragem da minha rotina.
Muito pensar. Muita filosofia. Muita angústia e algo semelhante à esperança da luz no fim do túnel. Ou no fim da esquina. Sim! Eles nâo sabem disso, mas os olhos brilham e possíveis sorrisos são ensaiados nas faces cheias de esperança. A sombracelha apertando a íris pra enxergar direito. Sim! Levanto a mão! É ele: Brotas/Comércio.

Mas até então os destinos eram vários. Curuzu, Terezinha, Rio Sena, Marechal Rondon, Estação Pirajá, Estação Mussurunga. Juro que teve uma hora que pensei em passear em Fazenda Coutos só pra saber onde fica, pena (ou sorte) que o ônibus não era circular.
Dúvidas, mil dúvidas. Será que é mais fácil no ponto da outra rua? E se eu pegar dois? Cabula VI... será que tem a I, II, III, IV e V? Nunca ouvi falar. (Se alguém souber da existência me avisa só pra eu saber)

Enfim. Os motoristas que passam por trás e faz com que a gente esculache e excomungue os tetranetos não nascidos deles, não sabem o que perdem. Não sabem o quanto deixam o cidadão feliz ao saber que a chegada ao seu lar está mais próxima. Motoristas: não passem por trás!

Concluindo, nesse ponto de ônibus lembrei de um vídeo que eu me identifiquei demais (aproximadamente 11 na escala Richter). Praticamente vi meus dilemas revelados como se eu fosse o protagonista daquele curta que eu não atuei. Descobri que não sou só no mundo e que, ao meu lado no ponto de ônibus, devem haver mais umas 20 ou 30 pessoas passando pela mesma angústia. Tomei emprestado o título dele para a minha postagem.



"Homem espera em vão o ônibus. Em vão? ora, se o ônibus está demorando, então ele está mais perto de chegar. Baseado em várias histórias reais. Desenho desanimado de Christian Caselli. Desenhos de Gabriel Renner e narração de Chico Serra."

Um comentário:

Robson Ribeiro disse...

Dilema mergulhado na cidade, e na vida de muitos.

Grande Abraço!